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O que deveria acontecer no 5º Congresso do PT

O movimento pró-formação da Tendência Socialista Operária Revolucionária do Partido dos Trabalhadores (TSO), por meio de seus militantes, passa a integrar o Coletivo Marxista do PT, em razão de concordar com a essência com do "Manifesto: recuperar o PT para os trabalhadores", bem como passa a integrar a Frente de Esquerda Unida, reservando-se o direito de defender o programa e a posição política da TSO, no seio do partido, dentro do Partido dos Trabalhadores, e ressaltando a necessidade da luta anti-imperialista, anti-golpista, anti-fascista e anti-macartista, tendo em vista a atuação da direita e dos partidos burgueses e do imperialismo no País, assim como as escaramuças entre o imperialismo norte-americano e europeu e o Bloco eurásico, China e Rússia, ex-estados operários, que ainda não são imperialistas por não terem como atividade preponderante exportação de capitais, Bloco esse que deve ser apoiado pelos marxistas revolucionários nos momentos que entrar em conflito com os países imperialistas.

Assim, nesta oportunidade, publicamos a o texto "O que deveria acontecer no 5º Congresso Nacional do PT" e o "Manisfesto: recurperar o PT para os trabalhadores".

*Por Coletivo Marxista do PT

De 11 a 13 de junho de 2015 em Salvador na Bahia, acontece a ultima etapa do 5º congresso nacional do Partido dos Trabalhadores. Sem duvida o congresso se insere em um momento histórico negativo para o partido, com o governo federal petista com os seus menores índices de popularidade em pouco mais de 12 anos e o próprio partido enfrentando o maior desgaste e crise de identidade nos seus pouco mais de 35 anos de história. Nesse cenário nebuloso o que deveria acontecer nesse congresso ? Façamos um pequeno exercício de imaginação e reflexão.

Petezando ( ou, sonhando) 

Bem, inicia-se o congresso, e após a mesa de abertura com alguns convidados ilustres ( Será que farão de Michel Temer, filiado honorário do partido como fizeram com José Alencar ? Eu não duvido.) e após uma ou outra mesa de debate, inicia-se a defesa das teses pelos dirigentes das correntes partidárias. E em diferentes discursos, das correntes que compõe o campo majoritário ( Construindo um Novo Brasil, PT de Lutas e Massas, Novo Rumo, Esquerda Popular Socialista, Brasil Socialista, Movimento PT, Socialismo XXI, Tribo e outras) passando pelo centro petista(Mensagem ao Partido) até a esquerda partidária( Articulação de Esquerda, Militância Socialista e O Trabalho) de uma forma ou de outra a conclusão de todos é a mesma: A culpa do momento de crise, é da militância petista.

Sim, segundo estes, foi a militância do PT a culpada por ter “permitido” que a burocracia tomasse conta do partido, e fez isso porque ficou acomodada diante do “sucesso” do governo federal, distanciando-se dos movimentos sociais, preocupando-se apenas com eleições e etc e tal. O Campo majoritário fará isso de forma mais descarada, o centro petista deve fazer uma mea-culpa e a esquerda ira virar a sua metralhadora para os militantes do campo majoritário. Em suma, de uma forma ou de outra, para todas as correntes do PT o problema, se é que há um problema, é no partido, mas e o governo? Nenhuma palavra contra o governo, esse deve ser defendido por todos com unhas e dentes.

Dilma, se for ao evento, dirá que o ajuste fiscal visa beneficiar os mais pobres, e que os pessimistas, que torcem pro governo dar errado, vão queimar a língua quando o capitalismo resolver a sua crise, afinal, quanto mais capitalismo, mais felicidade. Já Lula, cumprirá o papel de sempre, vai inflamar o publico presente contra os inimigos comuns: a oposição de direita, a imprensa, o judiciário e os golpistas, e tudo isso pra chegar a mesma conclusão dos ilustres dirigentes partidários: a de que deve-se defender incondicionalmente este governo, faça ele o que fizer, inclusive as suas alianças com os acachadores do congresso nacional, que trabalham dia e noite pelo fim da CLT, do ECA, do SUS e muito mais.

A resolução final do congresso proposta por essas figuras supracitadas, deve conter um pacote de mudanças internas: regimentais e talvez até estatutárias, além da já comum carta de intenções, provavelmente encabeçada pela famigerada proposta de reforma política e que deve conter as reivindicações históricas da classe trabalhadora brasileira como redução da jornada de trabalho, reforma agrária e etc, e que tentará cumprir essa função de reatar os laços com os movimentos sociais. Mas que ao fim ao cabo não passará mesmo de uma carta de intenções, uma vez que ela não valerá nada nem para o governo federal e nem para os governos estaduais e municipais petistas que em muitos caso, não só não cumprem como vão exatamente na contramão daquilo que o PT, supostamente, defende.

Eis que, surgindo de um amontoado de delegados anônimos, surge uma proposta de emenda surpreendente. Uma que propõe basicamente o seguinte: Que o PT rompa em nível nacional e em todas os estados e as cidades, a aliança com o PMDB e demais partidos capitalistas, o que obviamente inclui demitir os ministros filiados a esses partidos no governo federal. Amedrontados ao ver que tal emenda ganhou número suficiente de assinaturas de delegados para ir a voto, os dirigentes, e talvez o próprio Lula, se apressam em tomar o microfone e defender a não aprovação da emenda, em diferentes discursos, defendem basicamente o mesmo: o medo: O medo do congresso não aprovar as medidas do governo federal, o medo do congresso aprovar um pedido de impeachment da presidenta Dilma, medo dos militares, medo disso, medo daquilo.

Porém, em meio ao discurso do medo, subitamente surge uma esperança. A esperança de ver um governo do PT, que apoiado de forma entusiasmada pelos movimentos sociais, peite a direita em defesa dos trabalhadores: mandando todo o dinheiro do superávit fiscal primário (divida publica) para saúde, educação e transporte publico e que pare de mandar verba publicitária do governo federal para a grande mídia reacionária, e que esse dinheiro seja pulverizado nas mídias alternativas. Que mande para o congresso dos acachadores, uma proposta de redução da jornada de trabalho em 30 horas semanais sem redução de salário. Que mande um projeto de lei de regulamentação do tributo sobre as grandes fortunas e heranças, e o artigo da constituição que determina o uso social do solo, desapropriando prédios e terrenos vazios nas cidades para a reforma urbana, e o latifúndio improdutivo para a reforma agrária. Que mande uma MP ao congresso, determinando que todas as empresas que receberam benefícios fiscais do governo fiquem proibidas de demitirem seus empregados. Que todas as empresas que sonegam bilhões em impostos sejam estatizadas, a começar pela Rede Globo e que o mesmo aconteça com aquelas que não pagarem imediatamente as suas dividas junto ao BNDES e também as que a anos vem pilhando a Petrobrás e outras empresas públicas. Um governo que peite o imperialismo, proibindo a remessa de lucro para o exterior e retirando as tropas brasileiras do Haiti.E independente do que os "300 picaretas" do congresso farão com essas medidas, o PT terá feito a sua parte e então poderá forjar uma aliança legitima com os movimentos sociais e demais partidos de esquerda.

E para surpresa de todos a ESPERANÇA VENCE O MEDO, a tal emenda é aprovada pela maioria dos delegados, e o Diretório Nacional encaminha a decisão do congresso a presidenta Dilma e a todos os ministros filiados ao PT e eles ( Dilma e os ministros) se veem obrigados a cumprir a decisão ou a deixar o partido.

Conclusão 
É claro que não é isso o que acontecerá ( pelo menos, não integralmente) no congresso do PT. Entretanto é importante que se diga: É verdade que existe uma oposição de direita e que ela torce pra tudo der errado, mas ela só se fortalece pelo fato de que, mesmo derrotada nas urnas, boa parte do seu programa é aplicado pelo governo petista. Também é verdade que o partido está tomado pela burocratização e pelo vale-tudo eleitoral, mas isso nada mais é do que a extensão da politica de colaboração com a direita, promovida pela direção nacional do partido e do governo federal. Ou seja, a análise pode até estar razoavelmente correta, mas não serve de nada se as razões identificas que levam a essa realidade e os passos necessários para transforma-la, estejam errados, mas quem poderá dar a conclusão correta ?

Certamente não serão os dirigentes, afinal, para fazer isso teriam que concluir que tudo que vinham defendendo até agora estava equivocado, também não se pode esperar uma mudança pelas mãos de uma o outra, corrente de esquerda. Só os militantes de base “de baixo”, independente do grupo que façam parte, se organizando contra a casta burocrática “de cima” poderão transformar esse momento histórico negativo, em um momento histórico positivo para os partido e para o povo trabalhador brasileiro. Sim, nós PODEMOS!

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