Na sexta-feira, dia 24, os metalúrgicos da General Motors de São Caetano do Sul fizeram manifestação em frente à fábrica e fizeram uma passeata pela Avenida Goiás, a principal da cidade, contra as demissões.
A passeata contou com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), a CTB (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a CSP-Conlutas. A diretoria pelega do próprio Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano boicotou a mobilização.
“A mobilização foi organizada por um grupo de trabalhadores que estão acampados há 12 dias nas proximidades da empresa, para tentar reverter a decisão da GM, que desligou 419 funcionários, do total de 819 que estavam em lay-off (ou seja, com a suspensão temporária de contrato de trabalho), no início do mês.
Parte desses demitidos tem doença profissional, o que dá direito à estabilidade por convenção coletiva, ou seja, não poderiam ser desligados sem justa causa, segundo especialistas e o próprio Sindicado dos Metalúrgicos de São Caetano.” (Diário do Grande ABC, 25/7).
Os metalúrgicos esclarecem que “embora o sindicato fale em 419 demissões, teria havido mais de 500 cortes, incluindo alguns cipeiros (integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que também têm direito à estabilidade.” “(...) os trabalhadores vão se reunir para discutir os próximos passos da mobilização, que não conta com o apoio do sindicato.” (Diário do Grande ABC, 25/7).
Tendo em vista o boicote dos pelegos da diretoria do Sindicado dos Metalúrgicos de São Caetano, os metalúrgicos da GM devem passar por cima da pelegada do Sindicato e convocar uma Assembleia na porta da fábrica, com todos os companheiros da empresa, e eleger um comando de greve para organizar a greve com ocupação da fábrica contra as demissões.
Além disso, a partir desta luta, os metalúrgicos de São Caetano devem organizar também a luta pela convocação de uma Assembleia Geral do Sindicato, tendo como pauta a destituição da diretoria, por se colocar contra os interesses da categoria, violando total e frontalmente os Estatutos da entidade, expulsando a pelegada.
Metalúrgicos da Ford conseguem a incorporação de 268 operários terceirizados
Os metalúrgicos da Ford de São Bernardo do Campo conseguiram a incorporação de 268 trabalhadores terceirizados.
“A Ford contratou diretamente 268 trabalhadores que prestavam serviço terceirizados na fábrica de São Bernardo.” (Diário do Grande ABC, 25/7).
“Para Colombo (Alexandre, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – nota de EW), a incorporação dos funcionários indiretos é positiva. “Estamos indo contra o projeto de lei em tramitação no Congresso cujo objetivo é liberar as terceirizações (para a atividade fim), o que precariza a mão de obra. Os empregados diretos da Ford têm salários mais altos, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) mais elevada e melhor plano de saúde”, comenta o sindicalista que é empregado da montadora.”
Esse exemplo da Ford, demonstra que, mesmo numa situação de crise como a que vivemos, a única saída é a organização, a mobilização e luta dos trabalhadores, sendo que, neste momento, ganham relevo as palavras de ordem:
- contra a terceirização e demais ataques aos direitos dos trabalhadores;
- por estabilidade no emprego;
- escala móvel de salários, ou seja, reajuste salarial de acordo com inflação;
- redução da jornada de trabalho, sem redução de salário;
- organizar comissão de fábrica; comandos de greve; e deflagrar greve com ocupação, nas empresas que demitirem.
Essas bandeiras devem ser combinadas com a luta pela
- FRENTE ÚNICA ANTI-GOLPISTA E ANTI-IMPERIALISTA DOS PARTIDOS DE ESQUERDA, PT, PCdoB, PSOL, PCO, PCB, E DAS CENTRAIS, CUT, CTB, CST-CONLUTAS, INTERSINDICAL, E DOS MOVIMENTOS POPULARES, MTST, MST, etc..
Erwin Wolf
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