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CIA, embaixada americana, PF e STF retomam a escalada golpista

A Polícia Federal prendeu hoje o Senador Delcídio do Amaral do PT do Mato Grosso do Sul, juntamente com o banqueiro André Esteves, do Banco BTG Pactual, padrinho de casamento de Aécio Neves, cumprindo mandado de prisão do Supremo Tribunal Federal.
Juristas independentes manifestaram o entendimento que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi arbitrária, porque desrespeitou a Constituição Federal, uma vez que esta exige flagrante delito e crime inafiançável, sendo certo que o Senador não cometeu crime inafiançável. Todavia, o STF que aplica a nazi-fascista "Teoria do Domínio de Fato" está pouco se lixando para a Constituição e as leis. O que interessa é o que aproveita ao golpe.
É mais uma demonstração do engajamento do Poder Judiciário na escalada golpista. Essa ação rápida do STF contrasta com a proteção que dá ao deputado Eduardo Cunha, que apesar de estar mais do que comprovado que ele recebeu mais de 5 milhões de dólares em propina, nada acontece com o mesmo, pelo contrário o facínora continua fazendo o que quer no Congresso Nacional, porque lidera o golpe da burguesia e do imperialismo americano. Portanto, fica claro o fingimento de uma suposta imparcialidade do Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, é importante assinalar que a prisão do Senador Delcídio do Amaral do PT é resultado da política de colaboração de classes da direção majoritária do PT, a antiga Articulação, hoje Construindo um Novo Brasil (CNB) e de alianças e promiscuidade com os partidos burgueses como PMDB, etc. e personalidades como os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, Romero Jucá e Renan Calheiros. Essa política de adaptação ao circo eleitoral, onde preponderam os interesses dos bancos e das empreiteiras. Essa política levou o PT e o governo Dilma a essa encruzilhada em que o partido e o governo se encontram. Essa política de capitulação pavimenta o terreno para o golpe da burguesia e da CIA e do imperialismo americano. 

Neste momento as “instituições” golpistas, Ministério Público Federal, o Poder Judiciário, por meio do Supremo Tribunal Federal, e a Polícia Federal, que são demais conservadores, reacionários, porque seus membros não são eleitos, não se submetem ao sufrágio universal, isto é, ao voto, não são controlados pelo povo, estando sempre dominados pela burguesia e o imperialismo (CIA, FBI, embaixada, consulados), como “instituições” permanentes, agora estão engajadas e aceleram o processo golpista em marcha contra a presidente Dilma, via “impeachment” ou golpe militar, para atacar os partidos políticos, os sindicatos, as centrais sindicais e os movimentos populares e sociais, com o objetivo de escravizar a população, colocando em prática o ajuste fiscal, com demissões em massa, terceirização, redução do seguro-desemprego, redução das aposentadorias e pensões, acabando com os programas sociais, promovendo até o trabalho escravo, rasgando a CLT e a Constituição da República.

Recentemente nossos companheiros do PT foram condenados sem provas, com base na nazi-fascista “Teoria” do Domínio do Fato. As “instituições” burguesas agem politicamente, utilizando-se de  ações midiáticas, em total desrespeito aos mínimos direitos civis e democráticos, à presunção de inocência, desrespeitando as liberdades democráticas, criminalizando os movimentos sociais, prendendo os lutadores dos movimentos sociais, com a aplicação da Lei de Segurança Nacional da época da ditadura militar, em conluio com governos de traços nazi-fascistas nos estados, agora agravada com a Lei Antiterrorismo para criminalizar os movimentos populares e sociais. O poder judiciário  sempre aplicou e aplica a legislação da ditadura militar, que permanece intacta,  ou seja, sempre foi conivente com a mesma.O Supremo Tribunal Federal é o mesmo que entregou Olga Benário a Hitler.

Com bem observou recentemente um Editorial do Diário Causa Operária on line do PCO (6/11):

“Um dia após o PMDB ter divulgado seu manifesto, intitulado “Uma Ponte para o futuro”, a CUT, em artigo assinado por Vagner Freitas, tratou de atacar os pontos fundamentais do documento pemedebista. O presidente da Central chama o documento de retrocesso e afirma que os trabalhadores devem sair às ruas contra a política direitista proposta pelo PMDB.

Na prática, a reação da CUT é um passo no sentido de uma ruptura, com todas as limitações que se possa apontar, com a política de colaboração de classes do governo do PT. Essa política de conciliação, que é a base do governo do PT, se expressa de maneira mais acabada no terreno político-partidário na aliança com o PMDB.

O aprofundamento da crise no País leva necessariamente a um conflito cada vez maior entre as classes e frações de classes dentro da própria burguesia. O documento do PMDB, levantando um plano político conservador para o governo, inclusive considerando a questão do poder político após um possível golpe, revela que o acordo político dentro da burguesia é cada vez mais difícil.

Ao mesmo tempo em que setores da burguesia começam a se deslocar para uma posição contrária ao governo, setores ligados à classe operária também são obrigados a romperem o acordo que há muito tempo sustentava o regime político.

A reação da CUT contra o documento do PMDB representa essa ruptura – parcial ou não – de uma parte do PT, justamente a mais ligada aos trabalhadores, com essa política de colaboração.

(...)

A partir do momento em que essa relativa estabilidade se rompe, rompe-se inevitavelmente o acordo entre as classes que sustentava o regime.

Em última instância, a crise política está revelando que a política de colaboração não só é instável e passageira, como é impossível e ilusória. Parte do PT, mais especificamente a ala ligada à CUT, está chegando a essa importante conclusão política. É isso o que demonstra a crítica de Vagner Freitas ao manifesto do PMDB.

É mais um importante passo da maior central sindical da América Latina no sentido da luta contra a direita e a burguesia. Esse já não é o primeiro passo, o que significa que a experiência política está empurrando setores importantes para a esquerda. Sabemos que é necessário evoluir ainda mais, romper completamente com a política de capitulação e conciliação e mobilizar os trabalhadores nas fábricas e nas ruas contra o golpe e a direita. Como já dissemos em outras oportunidades, pode ser só mais um passo, mas é um passo de gigante.”

O Brasil é um país com dimensões continentais. A classe trabalhadora brasileira é de 92,5 milhões de pessoas, segundo dados de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A classe operária, neste ano, fez inúmeras greves, como as da Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, General Motors, Scania, no ABC paulista. Nessas greves, conseguiram evitar as dispensas em massa. As organizações operárias, apesar de suas direções burocráticas, pelegas e traidoras permanecem intactas, sendo imprescindível uma atuação revolucionária no seio das mesmas para que rompam com a colaboração de classes, no sentido de uma política de independência de classe.

Além da CUT, os trabalhadores brasileiros têm a CTB, ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), UGT, CGTB e Força Sindical, etc., englobando 5 milhões de trabalhadores, sendo que a CUT representa 40% e a Força Sindical 15% dos sindicalizados.

Assim, a frente antigolpista do PT, PCdoB, PCO, CUT, CTB, UNE, MST, MTST deve levantar mais alto a bandeira de Fora Cunha e abaixo o ajuste fiscal.

Fora Cunha!

Abaixo o ajuste fiscal!

Erwin Wolf

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