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120 anos de André Breton e da Arte Revolucionária

Há 120 anos nascia o poeta surrealista André Breton,  no dia 19 de fevereiro de 1896, em Tinchebray (Orne).

Embora tenha iniciado os estudos de medicina, por pressão de sua família modesta, foi mobilizado pelo exército, como enfermeiro para a cidade de Nantes em 1916, onde travou contato com Jacques Vaché, um jovem sarcástico e niilista, que morreu aos 24 anos. Este jovem influenciou muito a André Breton, fazendo com que diminuísse a influência de  Paul Valéry (“enfraquecendo a influência de Paul Valéry e, deste modo, determinando tanto a sua concepção de “Poète” (Le Pohète segundo Vaché) como a de humor e de arte.”) (Wikipédia).

Breton foi escritor, poeta, teórico do surrealismo e revolucionário marxista.

Em seguida, “Em 1919, Breton funda com Louis Aragon e Philippe Soupault a revista Littérature e entra também em contato com Tristan Tzara, fundador do Dadaismo.” (Idem).

Depois, “Em Les Champs magnétiques (escrito em colaboração com Soupalt), coloca em prática o princípio da escrita automática. Breton publica o Primeiro Manifesto Surrealista, em 1924.” (Idem).

Reproduzimos abaixo um trecho:

“Só com muita fé poderiam nos contestar o direito de empregar a palavra SURREALISMO no sentido muito particular em que o entendemos, pois está claro que antes de nós esta palavra não obteve êxito. Defino-a pois uma vez por todas. SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral. ENCICL. Filos. O Surrealismo repousa sobre a crença na realidade superior de certas formas de associações desprezadas antes dele, na onipotência do sonho, no desempenho desinteressado do pensamento. Tende a demolir definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos, e a se substituir a eles na resolução dos principais problemas da vida. Deram testemunho de SURREALISMO ABSOLUTO os srs. Aragon, Baron, Boiffard, Breton, Carrive, Crevel, Delteil, Desnos, Eluard, Gerard, Limbour, Malkine, Morise, Naville, Noll, Péret, Picon, Soupault, Vitrac.” (Idem).

Os poetas citados acima formaram o grupo de liderado por Breton.

“A Revolução surrealista – Nadja – Adesão ao Partido Comunista – Primeiras rupturas

Em 1º de dezembro de 1924, era lançado o primeiro número de a Revoução surrealista, o órgão do grupo que Benjamin Péret e Pierre Naville dirigem.” (Idem) (Pierre Naville viria a ser dirigente da IV Internacional fundada por Leon Trotsky, num subúrbio de Paris, na França, em setembro de 1938 – Nota João Neto).

Depois, em 1927, Breton ingressa no Partido Comunista Francês (PCF), “No afã de juntar a ideia de “Mudar a vida de Rimbaud e  de “Transformar o mundo de Marx” (Wikipédia). Em 1933, Breton é excluído do PCF.

Em seguida, “Breton radicaliza sua ação e sua posição política. Sua leitura da obra de Léon Trotski sobre Lênin e a guerra colonial feita pela França em Rife o aproxima dos intelectuais comunistas. Com os colaboradores das revista Charté e Philosophie, os surrealistas formam um comitê e redigem um panfleto comum, “A Revolução no começo e sempre”. (Idem)

Breton visitou Trotsky, em 1938, em seu exílio no México, na época em que morava na Casa Azul de Diego Rivera e Frida Khalo, pintores muralistas revolucionários e comunistas, época em que escreveu o Manifesto “Por uma arte revolucionária independente”, assinado por André Breton e Diego Rivera, mas que teve a colaboração de Leon Trotsky, onde se constatou que: 

“Se para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade individual. Nenhuma autoridade, nenhuma coação, nem mesmo o menor traço de comando!,” (André Breton, Diego Rivera e Leon Trotsky, “Manifesto por uma arte revolucionária independente.”), México, 25 de julho de 1938.

André Breton, “Viveu sobretudo da venda de quadros em sua galeria de arte. Sob seu impulso, o surrealismo torna-se um movimento europeu que abrange todos os domínios da arte e coloca profundamente em questão o entendimento humano e o olhar dirigido às coisas ou acontecimentos. Inquieto por causa do governo de Vichy, Breton  se refugia em 1941 nos Estados Unidos da América e retorna a Paris em 1946, onde permaneceu até sua maorte a animar um segundo grupo surrealista, sob a forma de exposições ou de revistas (La Brèche, 1961-1965). (Idem) Breton morreu em Paris, no dia 28 de setembro de 1966.

Fica aqui a nossa lembrança e homenagem a esse grande artista e revolucionário marxista.

João Neto

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