A batalha de
Stalingrado ocorreu de 17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943 e provocou
a morte de 2 milhões de pessoas, em razão da ofensiva do 6º Exército de Hitler
e das tropas do Eixo (Itália, Romênia e Japão, etc.), chefiadas pelo Marechal
Friedrich von Paulus.
A União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) era dirigida por Joseph Stalin, que havia
sucedido Vladimir Lênin, juntamente com os outros dois membros da chamada
troika, Georg Zinoviev e Lev Kamenev.
Eles enfrentaram a
Oposição de Esquerda de Leon Trotsky e Eugênio Preobrajenski, economista
soviético que defendiam a necessidade de impulsionar de forma prioritária a
industrialização e a coletivização do campo na União Soviética. Havia, ainda, a
Oposição de Direita, liderada por Nicolau Bucarin que defendia que os kulaks,
os camponeses ricos.
Depois, Zinoviev e
Kamenev romperam com Stalin e formaram a Oposição Conjunta com Trotsky.
A política soviética de
Stalin foi desastrosa, tendo em vista o ritmo lento da industrialização e a
coletivização forçada, que colocou o campo contra os operários das cidades.
Isso refletiu na
Internacional Comunista que passou pelo período ultra-esquerdista do 3º
período, que impulsionou a insurreição de Cantão na China, bem como a política
da “Frente populares”, frentes de colaboração de classes, de submissão ao
nacionalismo burguês das semi-colônias, como, por exemplo, o ingresso no
Kuomintang chinês, de seguidismo a Chiang Kai-shek, que acabou redundando no
massacre dos comunistas chineses.
Os anos 1934, 1935,
1936 foram os anos dos chamados processos de Moscou, onde houve a execução de
toda a velha guarda do Partido Bolchevique de Lênin, como Zinoviev, Kamenev,
Bucarin, e dos generais e marechais do
Exército Vermelho, criado por Leon Trotsky, como o, por exemplo, o Marechal
Mikhail Tukhachevsky.
Em 23 de agosto de 1939,
Joseph Stalin celebrou acordo de não-agressão com Hitler, o chamado Acordo
Molotov-Ribentrop (Vyalhceslav Molotov, comissário do povo das relações
exteriores da URSS e Joachim von Ribentrop, chanceler alemão).
É importante ter presente que o
mês passado, janeiro, coincidiu com a data da fundação do Partido Nazista
alemão, em 1919, e a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, em 1933, porque o
Partido Comunista alemão recusou-se a fazer a frente única operária com o
Partido Socialista, chamando-os de sociais-fascistas, a chamada “Teoria do
Social-fascismo”, façamos um profunda reflexão sobre essa tragédia para o
proletariado mundia, que custou milhões de vidas de russos, poloneses,
ingleses, alemães, austríacos, franceses, ciganos, judeus, homossexuais, e
muitos outros povos.
Conforme recentemente lembrou Rui Costa Pimenta,
dirigente do Partido da Causa Operária (PCO), na época Trotsky dizia que quando
se diz que tudo é igual, por trás há capitulação, porque para o materialismo
dialético, o socialismo científico, nada igual.
Essa atitude é semelhante ao que fez o PC alemão,
quando procurava “pauta”, “coincidências” com o nazismo, como nos ensina ,
Osvaldo Coggiola, no seu trabalho “TROTSKY, A ASCENSÃO DO NASZISMO E O PAPEL DO
STALINISMO”:
“Junto ao SPD (Partido Socialista – E.W.), teria
dito todas as chances de barrar os nazistas, mas a sua política divisionista
(denúncia do SPD como “social-fascista”) foi tal que levou o historiador R. T. Clark a refletir: “É impossível ler a
literatura comunista da época sem sentir calafrios diante do desastre a que
leva um grupo de homens inteligentes à recusa de usar a inteligência de modo
independente.” O KPD (Partido Comunista alemão – E.W.) insistia na procura de
temas comuns com os nazistas (contra Versalhes, pela “independência nacional,
contra os bonzos) até usar uma terminologia semelhante (“revolução popular”).
Chegou a afirmar que antes de
combater o “fascismo”, era preciso combater o “social fascismo” (o SPD),
propondo então a “frente única pela base” aos operários social-democratas. No
conjunto, a sua política era definida pelo dirigente da Internacional
Comunista, Manuilski: “O nazismo será o último estágio do capitalismo antes da
revolução social”...
(..).
Enquanto os partidos
comunistas “stalinizados” consideravam
a vitória nazista como um “mal menor”, Trotsky já
advertia sobre a horrenda originalidade do novo tipo de contra-revolução, em
1932: “O fascismo
põe em pé
aquelas classes imediatamente
acima do proletariado, e que vivem
com receio de
serem obrigadas a
cair em suas
fileiras; organiza-as e militariza-as
às custas do
capital financeiro, com
a cobertura do
governo oficial (...). O
fascismo não é
apenas um sistema
de represálias, de
força brutal, de
terror policial. O fascismo
é um determinado
sistema governamental baseado
na erradicação de todos os elementos da democracia
proletária dentro da sociedade burguesa”.
(...) Bem antes da “semiologia” nascer, Trotsky
advertia que “se os caminhos do inferno estão cheios de boas intenções, os do
III Reich estão cheios de símbolos”, pois “se todo pequeno-burguês encardido
não pode virar Hitler, uma parte deste se acha em todo pequeno-burguês
encardido”.
Em razão da ascensão de Hitler na Alemanha, Trotsky,
que atuava por meio da Oposição de Esquerda Internacional, rompe com a
Internacional Comunista, passando a lutar pela IV Internacional, que foi
fundada em 3 de setembro de 1938.
Prosseguindo, Leopold
Trepper, polonês, chefe da Orquestra Vermelha, órgão soviético de espionagem,
disse em seu livro “O Grande Jogo” que avisou várias vezes a Stalin que Hitler
havia invadido a União Soviética, mas Stalin não acreditava, confiando no
Acordo celebrado.
A invasão a Stalingrado
aconteceu em 22 de junho de 1941.
O Exército de Hitler
combinando com a invasão de Stalingrado, impulsionou também a Batalha de Moscou iniciada em
5 de dezembro de 1941.
Em stalingrado, “mil
bombas jogadas contra a cidade e arredores, transformando-a em destroços,
apesar de algumas estruturas de fábricas ainda sobreviverem e continuarem sua
produção de guerra em turnos de 24 horas. (Wikipédia).
Em uma semana 40 mil
mortos e perda de 201 aviões soviéticos (Wikipédia).
Todavia, Stalin
determinou “Nenhum passo atrás.” (Wikipédia).
Essa ordem de Stalin
lembra-nos a ordem de Trotsky de defesa de Petrogrado, na Guerra Civil
(1918-1921). Interessante, que o próprio Lênin era pela evacuação da cidade na
época, mas Trotsky entendia que era preciso defendê-la a todo custo e saiu-se
vitorioso. Inclusive, ele organizou a defesa de Petrogrado expondo bastante a
sua vida. Aqui, nos recordamos também da observação do escritor inglês e
biógrafo de Trotsky, Robert Service, que disse que na Guerra Civil, Trotsky,
com seu Exército ao Norte, e Stalin, com seu Exército ao Sul, parece que
competiam sendo implacáveis na guerra.
O Marechal Andrei
Yeremenko e o General Vasily Chuicov, juntamente como o comissário político
Nikita Kruschev, em 1º de setembro de 1942, organizaram a defesa da cidade, por
meio do 62º Exército soviético, com o objetivo de defendê-la a qualquer custo.
“Antes que a Wehrmacht
alcançasse a cidade propriamente dita, a Luftwaffe havia atacado no rio Volga,
via vital para o movimento de suprimentos em direção à cidade, deixando-a
praticamente inutilizável para a navegação de barcos.” (Wikipédia).
As batalhas foram
brutais.
“A estação de trem de
stalingrado mudou de mãos mais de quatorze vezes em seis horas de combate”
(Wikipédia).
“Os
alemães exaustos, com problemas de reposição logística, a maioria das divisões
Panzer estava com a maior parte de seus carros de combate inoperantes e ainda,
com as tropas mal equipadas para a guerra no inverno e com linhas de suprimentos
muito longínquas, acabaram sendo afastados das portas da cidade” (Wikipédia).
Depois
cogitaram atacar a Ucrânia, que era umas das repúblicas soviéticas, por causa
de cereais e petróleo, o que os nazistas de hoje também fazem no país.
Em
seguida, os alemães realizaram a Operação Azul nas estepes do sudoeste da URSS
em direção ao Cáucaso, sempre utilizando-se da Blizkriez (guerra-relâmpago). Inicialmente ela estava prevista para maio de 1942, mas foi efetivada em 28 de junho.
Com
as suas investidas, os alemães conseguiram empurrar os soviéticos para trás do
rio Don.
Todavia,
como gostava de dizer o pai do companheiro João Neto (o falecido Sr. Joanício de
Souza Aragão, que foi estudante do Colégio Central da Bahia, contemporâneo de
Jacob Gorender e simpatizante do PCB da Bahia, liderado por Carlos Garcia),
Hitler como Napoleão perdeu para o Marechal Inverno Russo. Logicamente, não foi
só por isso. A derrota de Hitler foi devido à resistência da classe operária
soviética e mundial, mas o inverno ajudou.
Os
combates foram se tornando cada vez mais brutais e cruéis, sendo que os
Generais Aleksandr Vasilevky e Georg Jukov, deflagraram as Operações Urano e
Saturno e viraram o jogo, da seguimento ao trabalho do Marechal Andrei
Yeremenko e do General Vassily Chuicov e derrotaram os alemães.
Von
Paulus comunicou Hitler que os 90 mil alemães restantes estavam fora de
combate, sem alimentação e nem munições. Mas mesmo assim Hitler determinou que
não se rendessem. Mas von Paulus não teve outra alternativa. Dos 90 mil,
somente 5 mil alemães conseguiram voltar para casa, porque o restante morreu
cumprindo penas na URSS.
A Batalha de Stalingrado terminou em 2 de fevereiro de
1943, sendo que logo em seguida Stalin dissolveu a Internacional Comunista:
“Em 15 de maio de 1943, seis meses antes de
ser celebrada a Conferência de Teerã, o Presidium do comitê
executivo da Internacional Comunista, "tendo em conta a maturidade dos
partidos comunistas" nacionais, e para evitar os temores dos países
capitalistas aliados, decidiu dissolver a Internacional Comunista.” (Wikipédia).
O Terceiro Reich foi derrotado em 8 de
maio de 1945.
As lições da luta da classe operária contra o
nazismo demonstra a necessidade da
frente única anti-golpista e anti-fascista. Elas servem para que não cometamos
os mesmos erros, porque as derrotas têm consequências gravíssimas, tornando-se
uma tragédia.
Os camaradas das do PSTU e das organizações
satélites repetem o mesmo erro do PC
alemão, quando dizem que PT e PSDB são iguais. O PS alemão não era igual ao
fascismo.
Inclusive
o PSTU, MRT/LER-QI, LBI, MNN, POR,
chegam a flertar com o golpe, usando a “pauta” da imprensa burguesa e
pró-imperialista da corrupção, como se no regime capitalista não vigorasse a
Lei de Gerson (jogador de futebol da Seleção brasileira, que fazia a propaganda
de cigarros, com o bordão de que “gosto de levar vantagem em tudo”), o chamado
lucro, a lei do valor, da corrupção, a extração da mais-valia, da exploração do
homem pelo homem. Chegam até mesmo participar das manifestações “coxinhas”, da
direita e da extrema-direita.
Para tanto, a Tendência
Marxista-Leninista insiste num chamamento especial às direções e aos militantes
do PSTU, PCB, PPL, MRT/LER-QI, LBI, POR e do MNN, da CSP-Conlutas, Força
Sindical (os companheiros do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André,
pertencente à Força Sindical, já estão conosco no Comitê de Luta contra o golpe
no Grande ABC paulista), CGTB, que se somem à luta anti-golpista, levantando
conosco bem alto as reivindicações transitórias da classe operária contra o
ajuste fiscal, para barrar a terceirização e as MPs 664 e 665 (que reduzem
pensões, aposentadorias, e o seguro-desemprego, etc.), escala móvel de salários
(reajuste automático de salários de acordo com a inflação); redução da jornada
de trabalho, sem redução de salários; fim das demissões, estabilidade no
emprego; não aos cortes dos programas sociais, e fim do congelamento dos
vencimentos dos funcionários públicos, e em defesa da Petrobras e da
expropriação da Samarco (Vale + BHP Billiton).
Erwin
Wolf
Ignácio
Reis
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