A Presidenta Dilma Rousseff, no final do dia, deu uma entrevista coletiva em Nova Iorque, onde foi mais dura e contundente na denúncia do golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, conforme artigo “Após fala na ONU, Dilma diz que há golpe em curso no Brasil”, de Eduardo Graça, correspondente de Carta Capital, nos Estados Unidos, embora semeando ilusões legalistas, constitucionalistas e parlamentaristas.
"Golpe é um mecanismo pelo qual você tira pessoas do Poder por razões que não estão expressas na lei. Não há crime de responsabilidade contra mim. Os golpes militares se deram rompendo a Constituição. E no meu caso há um outro jeito de se dar o golpe: basta a mão (do voto dos congressistas), que é extremamente poderosa. Com ela você rasga a Carta Constitucional e está dado o golpe. Você rasga os princípios democráticos, está dado o golpe"
"Se eu, que sou presidente da República, me sinto vítima de um processo ilegal, golpista e conspirador, imagine o que poderá ocorrer à população pobre do Brasil quando seus direitos forem afetados. A garantia de meu direito não é só minha, pessoal. É a de que a lei irá se sobrepor a qualquer interesse pessoal ou político na nação", disse a presidente.
"Se isso ocorrer, assumem o Poder pessoas ilegítimas, que não tiveram um voto sequer para a presidência. Pessoas que têm em suas trajetórias acusações de lavagem de dinheiro em conta no exterior de processo de corrupção. Não há contra mim nenhuma acusação de corrupção, jamais recebi dinheiro para me beneficiar. A sensação de injustiça, de ser a vítima, não foi escolha minha, me colocaram nela. Construíram um processo sacrificial no Brasil", disse, em tom grave.
"Lamento muito um tipo de editorial que vem sido lido e escrito no Brasil em relação a mim no momento em que decidi vir à ONU. Acho que esta precipitação mostra claramente o quanto temem serem tachados de golpistas. E sabe por que temem? Por que são."
"Antes de mais nada, esta não é a opinião do STF. É a opinião de apenas três ministros. E são ministros que não deveriam dar opinião porque vão me julgar", argumentou, já apontando para a possibilidade de um julgamento no Supremo em caso de afastamento permanente da presidência.
Eduardo Graça informou ainda que a “Presidenta anuncia à imprensa que pretende pedir ao Mercosul e à Unasul que suspendam o Brasil por conta da quebra do processo democrático do país.”
Todavia, embora denuncie o golpe, Dilma semeia ilusões legalistas, constitucionalistas e parlamentaristas, jogando areia nos olhos da classe trabalhadora, não subordinando a luta contra o golpe, a resistência antigolpista, na ação direta das massas, manifestando um posição conciliadora, pois não enxerga que a frente de colaboração de classes (frente populista), que sustentou os governos do PT de 2002, foi rompida pela própria burguesia, com a saída do governo do PMDB, do PP, e demais partidos burgueses para que estes consumem o golpe, apoderando-se do poder.
Por outro lado, a denuncia do golpe no exterior está mobilizando os trabalhadores brasileiros e dos outros povos no Estados Unidos, no Canadá, na América Latina, na Europa, na Ásia e África. Inclusive, a deputada portuguesa, Joana Rodrigues Mortágua, do Bloco de Esquerda, denunciou o golpe no parlamento português.
Não obstante, é fundamental que os militantes do Partido dos Trabalhadores não podem ceder às pressões da burguesia pró-imperialista, devendo em todos os momentos lutarem de forma intransigente contra o golpe, privilegiando a ação direta das massas.
A Tendência Marxista-Leninista entende que as mobilizações gigantescas contra o golpe deve dar um salto de qualidade, motivo pelo qual está defendendo a proposta de que seja preparada e organizada uma greve, com a eleição de comandos de greves, nas fábricas, nas empresas, nos bancos, nos campos, nas empresas rurais, nas repartições públicas, nas escolas e nas universidades, para impedir a posse dos ditadores Temer e Cunha.
Assim, prosseguindo a luta contra o golpe, está marcada uma Plenária contra o golpe – A luta continua, na Quadra do Sindicato dos Bancários, na Rua Tabatinguera, 192, Centro, São Paulo, na segunda-feira, dia 25, às 18 horas.
Erwin Wolf
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