Os golpistas deram um passo muito grande no sentido de consumar o golpe contra a presidente Dilma Rousseff do PT, mas não podemos esmorecer e nem desanimar. Temos de multiplicar os esforços. Devemos seguir lutando e aprofundando as mobilizações contra o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano rumo à greve geral, para derrotarmos a reação golpista através da ação direta das massas nas ruas, único terreno em que poderemos derrotá-los.
Na atual conjuntura política, sempre nos vem à memória o ensinamento do filósofo holandês, Baruch Spinoza, que disse: nem rir, nem chorar, mas compreender.
A lição que devemos aprender, com a votação da admissibilidade do pedido do “impeachment” da presidenta Dilma, é que não podemos ter ilusões legalistas, constitucionalistas e parlamentaristas, porque esse é um terreno controlado pela burguesia e pelo imperialismo, por meio do estado burguês. Mais uma vez fica claro, a inviabilidade da democracia burguesa, baseada em rios de dinheiro de banqueiros, empreiteiros e empresários.
Em nenhum momento poderemos concordar com o golpe, sendo que, num eventual governo Temer/Cunha, que será uma ditadura, nos colocaremos pela derrubada revolucionária do mesmo.
Por outro lado, é importante fazermos um balanço aprofundado, aprendermos as lições e apontarmos as perspectivas para o próximo período, começando uma discussão e um debate com os nossos camaradas e companheiros do movimento operário e popular a partir de agora.
Inicialmente, destacamos o rompimento da frente de colaboração de classes do Partido dos Trabalhadores com o PMDB, PP, e demais partidos da chamada “base aliada”. A frente populista foi rompida pelos próprios partidos burgueses. Como disse, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), apoiando-se em Trotsky, ainda que haja algum parlamentar dos partidos burgueses apoiando o PT, já não se trata da burguesia, mas da sombra da burguesia, o que demonstra o total fracasso da política de colaboração de classes, que embora tenha propiciado alguns benefícios de cunho assistencialista à população pobre e humilde do país, na verdade beneficiou sobremaneira a burguesia.
A burguesia entreguista e o imperialismo norte-americano levam atualmente uma política ultra-agressiva de reação em toda linha por meio da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e CIA, patrocinando guerras , golpes de estado e invadindo países, visando a reversão da queda taxa de lucros, iniciada com a crise do capitalismo iniciada em 2009. Inclusive, os yankees querem recuperar o terreno perdido para os imperialismos da China e da Rússia. O Brasil, partir de 2013, sofreu o reflexo da crise do capitalismo, com a queda dos preços das “commodities”, como petróleo, minério de ferro, carne, etc.
A política do PT de isentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) da indústria automobilística, vinculada ao imperialismo, e da indústria da linha branca (geladeira, máquina de lavar, fogão), vinculada à FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao contrário do que pensou a direção majoritária do PT, não satisfez os apetites insaciáveis da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, a qual passou a patrocinar o golpe.
O imperialismo mundial, liderado pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e Japão estão levando ao extremo a política de reação em toda linha, numa proporção semelhante à da II Guerra Mundial, com ataques na Europa, no Norte da África, no Oriente Médio, na América do Sul, Brasil, Chile, Venezuela, etc.
A política de ataque do imperialismo aos povos começa em seus próprios países, nas metrópoles, como na França, em que foram suprimidas a liberdades democráticas, com o povo francês vivendo em estado de sítio, apelidado de “estado de emergência”.
No Brasil, essa política se traduz no ajuste fiscal, na terceirização/precarização do trabalho, verdadeira escravização da classe trabalhadora, com a supressão dos direitos trabalhistas da CLT, com a redução ou fim das aposentadorias, das pensões, do seguro-desemprego, entrega da Petrobrás, a petroleira americana Chevron.
Agora, com essas mudanças na situação política, há necessidade de que o Partido dos Trabalhadores convoque um Congresso Extraordinário imediatamente, para aprovar um política para o próximo período, bem como reagrupar a vanguarda operária revolucionária.
A Tendência Marxista-Leninista defende a multiplicação dos comitês de autodefesa e de luta contra golpe, bem como a eleição de comandos de greve, buscando preparar e organizar uma poderosa greve geral para derrotar o golpe, pela ação direta das massas, na perspectiva da luta revolucionária por um governo operário e camponês, visando a expropriação das fábricas, das empresas, dos bancos, do campo, do latifúndio, pela reforma e revolução agrária, pela expulsão do imperialismo, pela soberania nacional, pelo monopólio do comércio exterior, pela economia planificada, rumo ao socialismo.
Tendência Marxista-Leninista
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