A Tendência Marxista-Leninista entende que é necessário denunciar a farsa das eleições municipais totalmente controladas pela justiça golpista, por meio da reacionária “Lei da Ficha Limpa”, sob pretexto de combater a corrupção, permite ao Poder Judiciário golpista dizer quem será ou não candidato, estando voltada principalmente contra os partidos operários e populares.
Apesar de totalmente antidemocráticas e controladas pela justiça golpista, os marxistas revolucionários são pela participação nas eleições burguesas, utilizando-a como tribuna para denunciar o Estado burguês e o capitalismo agonizante, subordinada à ação direta das massas, como manifestações, protestos, greves, greve geral e a revolução proletária. Lênin e os bolcheviques participavam, de forma revolucionária, de eleições reacionárias na época do czarismo, assim como utilizavam o mandato na Duma (parlamento) de forma também revolucionária, formando bancadas bolcheviques. Da mesma forma, Karl Liebknecht, na Alemanha.
Infelizmente, tendo em vista a dispersão da vanguarda operária revolucionária, por causa do fracasso das duas principais tentativas do proletariado brasileiro de se organizar de forma independente, como classe para si, as frustradas construção do Partido Comunista do Brasil (PCB), a partir de 1922, e do Partido dos Trabalhadores, a partir de 1980, a Tendência Marxista-Leninista deliberou votar nos candidatos do Partido da Causa Operária (PCO), apesar das diferenças que nos separam, em razão de sua luta contra o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano.
Entendemos correto o posicionamento do PCO de usar as eleições como tribuna para denunciar e lutar contra o golpe, sem semear ilusões legalistas, constitucionalistas, parlamentaristas ou eleitoreiras, isto é, sem jogar areia nos olhos da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, camponeses, estudantes e jovens.
As eleições municipais que serão realizadas agora no mês de outubro de 2016 serão profundamente antidemocráticas, em razão do golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano.
Antes, os candidatos dos pequenos partidos, sobretudo os operários, marxistas e revolucionários, no rádio e na televisão, tinham apenas o tempo de pronunciarem os seus nomes, agora, com certeza, não terão tempo nem de abrir a boca.
Além disso, a campanha se limitará a apenas 45 dias, sendo totalmente controlada pelo judiciário golpista.
Fatos como a “eleição” do Senador Aloísio Nunes Ferreira deverão se repetir. Aloísio às vésperas das eleições para o Senado não aparecia com as mínimas possibilidades de ser eleito, sendo que no dia seguinte estava eleito. Um eleição que colocou sob suspeita o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado de São Paulo, controlado pela reacionária burguesia paulista da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Partido da Social Democracia Brasileiras (PSDB), o partido pró imperialismo norte-americano. Acrescente-se que as urnas brasileiras são também conhecidas como roubotrônicas, porque não permitem a recontagem por meio do voto físico. Apenas 6 países a adotaram.
Além disso, é preciso ter claro que, caso os golpistas se consolidem no poder, daqui para frente a tendência é a supressão das eleições, a começar a de 2018, logicamente dependendo da reação do movimento operário e popular, da luta de classes, que ainda tem possibilidade de derrotar o golpe.
A vanguarda operária revolucionária precisa reagrupar-se imediatamente, buscando construir um partido operário marxista revolucionário, para organizar o proletariado brasileiro de forma independente.
Assim, é fundamental que os revolucionários marxistas defendam que a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que congregam a maioria da organizações operárias e populares, rompam com sua política de colaboração de classes, de tentativa de chegar a um acordo com os golpistas, e mobilizem os operários e o conjunto dos trabalhadores, camponeses, estudantes e jovens para que saiam às ruas, rumo a uma greve geral, com comandos eleitos nas fábricas, nas empresas, nos bancos, nas repartições públicas, no campo, nos latifúndios, nas escolas e universidades, visando a derrubada revolucionária do governo Temer/Cunha, na perspectiva de instauração de um governo operário e camponês, para a realização das tarefas democráticas de expulsão do imperialismo e da reforma e revolução agrária, com a expropriação do meios de produção e da terra, monopólio do comércio exterior, economia planificada, rumo ao socialismo.
Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista e revolucionário
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