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PM ataca espetáculo teatral e espanca ator em Santos

A Polícia Militar de Santos atacou a peça teatral “Blitz – O império que nunca dorme” , quando era encenada, pela “Trupe Olho da Rua”, na Praça dos Andradas, no domingo dia 30 de outubro, prendendo e espancando o ator Caio Martinez Pacheco.

A peça fala da PM:

“De acordo com o ator Caio Martinez Pacheco, o espetáculo foi fundamentado em pesquisas sobre o resultado da atuação da Polícia Militar. Ele afirma, que a polícia interrompeu a peça no momento em que o hino nacional era tocado junto com uma canção de Gilberto Gil. Depois disso o ator foi algemado e levado até o Palácio da Política, no Centro, onde permaneceu por cerca de quatro horas até ser liberado.” (Portal G1, 01/11).

Depois, o ator deu uma entrevista coletiva na Regional da Baixada Santista do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo:

“Em entrevista coletiva, Kaio conta que apesar da Polícia Militar ter interrompido o espetáculo com o argumento de que ele desrespeitava símbolos nacionais, todo o matéria havia sido aprovado pelo próprio Governo do Estado.” (Idem).

Além disso:

“(...). A organização da peça de teatro afirma que a manifestação cultural já havia sido encenada no mesmo local cerca de 20 vezes e que essa foi a primeira vez que algo similar ocorreu.

Foi uma cena muito triste. Formos cercados por diversos policiais, alguns empunhando armas.

Caio afirma que foi agredido por policiais ao ser colocado na viatura.” (Idem).

Também:

(...) afirma que sua prisão foi injustificada e diz que sofreu humilhação por ter sido retirado de seu ambiente de trabalho. O artista conta ainda que foi agredido no momento em que era colocado na viatura em Santos, no litoral de São Paulo.” (Idem).

“Ainda de acordo com a instituição, a peça teatral reflete a violência policial, baseada em reportagens, teses acadêmicas e relatórios sobre a instituição policial brasileira. Entendendo a urgência do tema e a estética do grupo.” (Idem).

Solidariedade e repúdio dos artistas ao atentado da Polícia Militar de Santos

Os artistas de Santos se solidarizaram com o ator e foram acompanhá-lo no Palácio da Polícia, assim como o Movimento Teatral da Baixada Santista que emitiu uma nota:

“Já o Movimento Teatral da Baixada Santista emitiu uma nota onde repudia a ação da Polícia Militar, que utilizou mais de seis viatura com apoio da Guarda Municipal para algemar um “trabalhador da cultura a partir da censura após cinco minutos de um espetáculo de rua, em temporada na mesma praça, há um ano, e que teve sua produção financiada pelo próprio Governo Estadual.” (Idem).

A peça teatral de Caio havia ganhado em segundo lugar um concurso do próprio Governo do Estado de São Paulo, o qual financiou a montagem da peça. Moral da história: o Governo dá o prêmio e depois sua Polícia Militar fascista desce o cacete. 

Ditadura de 2016 igual a Ditadura de 1964, que espancou artistas da peça Roda Viva

Isso também aconteceu na Ditadura militar, quando o espetáculo da peça Roda Viva foi atacado e os atores espancados:

“Durante a segunda temporada, com Marília Pêra, André Valli e Rodrigo Santiago substituindo o elenco original, a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura militar. Um grupo de cerca de cem pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, e espancou os artistas e depredou o cenário.(...)” (Wikipédia).

Ainda segundo a Wikipédia:

“Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico Buarque na área da dramaturgia.”

Desmantelamento do aparato repressivo: dissolução da Polícia Militar

Infelizmente a Constituição de 1988 manteve intacto o aparato repressivo. O próprio Partido dos Trabalhadores (PT) recusou-se a assinar a mesma devido a esse motivo.

O pior é que o PT acabou cedendo à pressão da burguesia e do imperialismo norte-americano e agravando essa situação com a formação da Força Nacional e da Lei Antiterrorismo, que visa a atacar e criminalizar os movimentos sindical e popular, a qual já fez uma vítima, Valdir Pereira da Rocha, de 36 anos, que foi assassinato a pauladas por outros presos, segundo a versão oficial, num presídio em Várzea Grande, cidade vizinha da capital Cuiabá, no Mato Grosso. É o resultado inicial da chamada "Operação Hashtag" do ministro da Justiça fascista, Alexandre de Moraes. Isso tudo sem falar no aumento indiscriminado das “empresas de segurança privada”.

Para piorar mais ainda, surge um partido, denominado Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), que se apresenta como alternativa à política frente populista e de colaboração de classes do PT, mas debuta como defensor das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro, as quais vêm aterrorizando a população pobre e negra dos morros e favelas Rio de Janeiro.

A Polícia Militar em São Paulo (treinada e armada até os dentes pelo Enclave sionista e terrorista de Israel) e no Rio de Janeiro, cada uma mata 2 (duas) pessoas por dia. Apenas nesses dois Estados são assassinadas aproximadamente 1.500 pessoas pela Polícia Militar. Agora saiu uma pesquisa dizendo que são assassinadas 9 pessoas por dia pela PM no Brasil. Na verdade, o número de pessoas assassinadas é bem maior, porque esses levantamentos, por sua precariedade, não são confiáveis. Há muita “maquiagem” (“autos de resistência”, omissões deliberadas, etc.) nas estatísticas, não permitindo um levantamento preciso.

Assim, constatamos que já passou da hora para os operários, camponeses e estudantes, a partir dos sindicatos e das centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organizarem a nossa autodefesa, ou seja, as milícias operárias e populares, para fazer frente aos ataques fascistas, assim como levantarem bem alto a bandeira pela dissolução da polícia militar, na luta contra o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, para a derrubada revolucionária Temer, na perspectiva de um governo operário e camponês, rumo ao Socialismo

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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