A
Tendência Marxista-Leninista recomenda a leitura do excelente livro de
José Luiz Del Roio, escritor, radialista e ex-dirigente do PCB (Partido
Comunista Brasileiro), sobre “A Greve de 1917” subtítulo “Os
trabalhadores entram em cena”, de 129 páginas, editado pela Alameda e
Fundação Lauro Campo (FLC).
No prefácio da obra, elaborado pelo Professor Gilberto Maringoni, historiador e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, foi assinalado que anteriormente aconteceram numerosos movimentos paredistas, como a Revolta do Vintém contra as altas tarifas de bonde em 1880, a Greve Geral do Rio de Janeiro em 1903, em que 40 mil trabalhadores cruzaram os braços, mas que não foi vitorioso, por causa da pauta confusa. Ainda ocorreu, a Revolta da Vacina, também no Rio em 1904.
“Existem registros de numerosos movimentos paredistas, tanto de escravos quanto de operários, no sécula XIX e inícios do seguinte. A primeira paralisação do trabalho assalariado que se tem notícia é a dos compositores tipográficos do Rio de Janeiro, em 1858, precedida por uma greve de escravos na Bahia, no ano anterior.”
Mas a greve paulistana de julho 1917 foi diferente, porque vitoriosa, apesar de duramente reprimida, com muitas mortes, pela Força Pública, a Polícia Militar da época. Inclusive, ela ganhou fôlego, em 9 de julho, com o assassinato do sapateiro espanhol, José Martinez, de apenas 21 anos, causando consternação e fazendo com que uma multidão comparecesse ao seu enterro. Os trabalhadores conseguiram conquistar suas reivindicações, como demonstra Del Roio (pág. 101):
“A Greve de 1917 REPRESENTOU o ápice do sindicalismo revolucionário e o início do seu declínio. A greve em São Paulo conseguir vitórias. Houve aumentos salariais, redução das jornadas de trabalho e limitação à exploração da força de trabalho feminina e dos menores de idade. Conseguiram até que se emanasse uma lei no estado de São Paulo, a n. 1.596, de 29 de novembro de 1917, que proibiu o trabalho noturno para mulheres e os menores de 15 anos, e estes só poderiam labutar 5 horas diurnas.”
Essa vitória, como disse Del Roio, deveu-se ao sindicalismo revolucionário, de orientação anarquista, que dirigiu inicialmente o movimento operário brasileiro, sendo que, logo depois, em declínio perdendo terreno para o movimento comunista devido a Revolução Russa de outubro de 1917, que redundou na fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922.
Destacaram-se na liderança do movimento, Edgard Leuenroth (1881-968), jornalista, Theodoro Monicelli (1875-1950), italiano e Juana Buela, espanhola, que militou no Brasil e radicou-se na Argentina (a capa do livro é uma foto dela discursando em São Paulo).
O livro também é um passeio por São Paulo da época, pois Del Roio conta o desenvolvimento da cidade, os bairros operários, como Braz, Mooca, Belenzinho, as fábricas dos patrões da época, o Conde Rodolfo Crespi, o Conde Matarazzo, de Jorge Street, etc.
A ironia da história é que, com o golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff do PT (Partido dos Trabalhadores), os golpistas acabaram com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com o objetivo de escravizar e recolonizar o Brasil, imprimindo um enorme retrocesso, o que recoloca para a classe operária brasileira em 2017, novamente, a luta pela reconquista de muitos direitos que foram retirados, os quais começaram a ser conquistados há mais de 100 anos, isto é, desde 1917, pela heroica classe operária paulistana e brasileira, tão bem retratada no livro por Del Roio.
No prefácio da obra, elaborado pelo Professor Gilberto Maringoni, historiador e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, foi assinalado que anteriormente aconteceram numerosos movimentos paredistas, como a Revolta do Vintém contra as altas tarifas de bonde em 1880, a Greve Geral do Rio de Janeiro em 1903, em que 40 mil trabalhadores cruzaram os braços, mas que não foi vitorioso, por causa da pauta confusa. Ainda ocorreu, a Revolta da Vacina, também no Rio em 1904.
“Existem registros de numerosos movimentos paredistas, tanto de escravos quanto de operários, no sécula XIX e inícios do seguinte. A primeira paralisação do trabalho assalariado que se tem notícia é a dos compositores tipográficos do Rio de Janeiro, em 1858, precedida por uma greve de escravos na Bahia, no ano anterior.”
Mas a greve paulistana de julho 1917 foi diferente, porque vitoriosa, apesar de duramente reprimida, com muitas mortes, pela Força Pública, a Polícia Militar da época. Inclusive, ela ganhou fôlego, em 9 de julho, com o assassinato do sapateiro espanhol, José Martinez, de apenas 21 anos, causando consternação e fazendo com que uma multidão comparecesse ao seu enterro. Os trabalhadores conseguiram conquistar suas reivindicações, como demonstra Del Roio (pág. 101):
“A Greve de 1917 REPRESENTOU o ápice do sindicalismo revolucionário e o início do seu declínio. A greve em São Paulo conseguir vitórias. Houve aumentos salariais, redução das jornadas de trabalho e limitação à exploração da força de trabalho feminina e dos menores de idade. Conseguiram até que se emanasse uma lei no estado de São Paulo, a n. 1.596, de 29 de novembro de 1917, que proibiu o trabalho noturno para mulheres e os menores de 15 anos, e estes só poderiam labutar 5 horas diurnas.”
Essa vitória, como disse Del Roio, deveu-se ao sindicalismo revolucionário, de orientação anarquista, que dirigiu inicialmente o movimento operário brasileiro, sendo que, logo depois, em declínio perdendo terreno para o movimento comunista devido a Revolução Russa de outubro de 1917, que redundou na fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922.
Destacaram-se na liderança do movimento, Edgard Leuenroth (1881-968), jornalista, Theodoro Monicelli (1875-1950), italiano e Juana Buela, espanhola, que militou no Brasil e radicou-se na Argentina (a capa do livro é uma foto dela discursando em São Paulo).
O livro também é um passeio por São Paulo da época, pois Del Roio conta o desenvolvimento da cidade, os bairros operários, como Braz, Mooca, Belenzinho, as fábricas dos patrões da época, o Conde Rodolfo Crespi, o Conde Matarazzo, de Jorge Street, etc.
A ironia da história é que, com o golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff do PT (Partido dos Trabalhadores), os golpistas acabaram com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com o objetivo de escravizar e recolonizar o Brasil, imprimindo um enorme retrocesso, o que recoloca para a classe operária brasileira em 2017, novamente, a luta pela reconquista de muitos direitos que foram retirados, os quais começaram a ser conquistados há mais de 100 anos, isto é, desde 1917, pela heroica classe operária paulistana e brasileira, tão bem retratada no livro por Del Roio.
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